A hipótese de legalização da eutanásia ou do suicídio assistido, bem como a possibilidade de, finalmente, serem legalizados os "testamentos vitais" que nos permitiriam evitar o risco de sermos transformados em carcaças respiratórias ou de sermos minuciosamente torturados em nome do respeito pela vida, são igualmente consideradas medidas eleitoralistas. Provavelmente são, também, medidas que relevam mais de considerações eleitoralistas do que de uma vontade genuína de melhorar a qualidade da nossa vida e da nossa morte mas, se vierem a ser concretizadas, contribuirão seguramente para um Portugal melhor.
As torturas hospitalares infligidas para nosso bem, de que todos podemos ser vítimas quando já não pudermos expressar a nossa vontade, não nos devem fazer esquecer a sorte daqueles que foram torturados em Guantánamo e que, provavelmente também com fins eleitoralistas, irão ser recolhidos no nosso país.
FRANCISCO TEIXEIRA DA MOTA, Portugal,
in jornal "Público", 21.02.2009
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