2015/05/18

 



que é
como quem diz: a multidão de palavras
todas elas esquerdas como se escreve,
e há o impulso de apertar a mão rara com a sua rosa
                                                              penta tatuada
- topas?
(tu que não topas nunca nada)
- vai-te lá embora
(tu que nem de dia nem de noite te vais embora)
- desampara-me a loja
(tu que não me amparas nunca
profunda outra carne humana)

HERBERTO HELDER, Portugal,
em Poemas Canhotos, 2015

No comments: