2009/06/30
Sleepless on the verge of departure, Milford saw that this had been truth, earthly and transcendant truth, one body's adoration of another, hidden Shivas and Parvatis united amid the squalor and confusion of happenstance, of karma. He rejoiced to be tasting lust's folly once more, though the dark shape he was lying upon, fitted to him exactly, was that of his body in its grave.
JOHN UPDIKE, E.U.A., in The Apparition,
"My Father's Tears", 2009
Insone na iminência de partir, Milford viu que aquilo tinha sido verdade, verdade terrena e transcendente, adoração de um corpo por outro, Shivas e Parvatis ocultos e unidos entre a sordidez e a confusão do acaso, do carma. Exultou por provar uma vez mais o desvario da luxúria, apesar de a forma escura sobre a qual se deitava, exactamente à medida, ser a do seu corpo no túmulo.
JOHN UPDIKE, E.U.A., in The Apparition,
"My Father's Tears", 2009
Insone na iminência de partir, Milford viu que aquilo tinha sido verdade, verdade terrena e transcendente, adoração de um corpo por outro, Shivas e Parvatis ocultos e unidos entre a sordidez e a confusão do acaso, do carma. Exultou por provar uma vez mais o desvario da luxúria, apesar de a forma escura sobre a qual se deitava, exactamente à medida, ser a do seu corpo no túmulo.
2009/06/19
Poetry is indeed something divine. It is at once the centre and circumference of knowledge; it is that which comprehends all science, and that to which all science must be referred.
P. B. SHELLEY, U.K.
in "A Defence of Poetry", 1821
A poesia é na verdade uma coisa divina. É ao mesmo tempo centro e circunferência do conhecimento; é o que inclui toda a ciência, e o que toda a ciência tem de ter como referência.
P. B. SHELLEY, U.K.
in "A Defence of Poetry", 1821
A poesia é na verdade uma coisa divina. É ao mesmo tempo centro e circunferência do conhecimento; é o que inclui toda a ciência, e o que toda a ciência tem de ter como referência.
2009/06/10
Um não sei quê, suave, respirando,
Causava um admirado e novo espanto,
Que as cousas insensíveis o sentiam.
E as gárrulas aves, levantando
Vozes desordenadas em seu canto,
Como no meu desejo, se encendiam.
As fontes cristalinas não corriam,
Inflamadas na linda vista pura;
Florecia a verdura
Que, andando, co’os divinos pés tocava;
Os ramos se abaixavam,
Ou de enveja das ervas que pisavam,
Ou porque tudo ante ela se baixava.
Não houve coisa, enfim,
Que não pasmasse dela, e eu de mim.
LUÍS VAZ DE CAMÕES, PORTUGAL,
in Canção VII, c. 1570
Causava um admirado e novo espanto,
Que as cousas insensíveis o sentiam.
E as gárrulas aves, levantando
Vozes desordenadas em seu canto,
Como no meu desejo, se encendiam.
As fontes cristalinas não corriam,
Inflamadas na linda vista pura;
Florecia a verdura
Que, andando, co’os divinos pés tocava;
Os ramos se abaixavam,
Ou de enveja das ervas que pisavam,
Ou porque tudo ante ela se baixava.
Não houve coisa, enfim,
Que não pasmasse dela, e eu de mim.
LUÍS VAZ DE CAMÕES, PORTUGAL,
in Canção VII, c. 1570
2009/06/01
Over your body the clouds go
High, high and icily
And a little flat, as if they
Floated on a glass that was invisible.
Unlike swans,
Having no reflections;
Unlike you,
With no strings attached.
All cool, all blue. Unlike you ―
SYLVIA PLATH, E.U.A.,
in "Gulliver", Ariel, 1963
Sobre o teu corpo as nuvens passam
Altas, altas e gélidas
E um pouco espalmadas, como se
Flutuassem num vidro que fosse invisível.
Ao contrário dos cisnes,
Sem terem reflexos;
Ao contrário de ti,
Sem fios enredados.
Todas frias, todas azuis. Ao contrário de ti ―
High, high and icily
And a little flat, as if they
Floated on a glass that was invisible.
Unlike swans,
Having no reflections;
Unlike you,
With no strings attached.
All cool, all blue. Unlike you ―
SYLVIA PLATH, E.U.A.,
in "Gulliver", Ariel, 1963
Sobre o teu corpo as nuvens passam
Altas, altas e gélidas
E um pouco espalmadas, como se
Flutuassem num vidro que fosse invisível.
Ao contrário dos cisnes,
Sem terem reflexos;
Ao contrário de ti,
Sem fios enredados.
Todas frias, todas azuis. Ao contrário de ti ―
Subscribe to:
Posts (Atom)