2008/10/21

(o prazer de redescobrir J. M. G. le Clézio,
Prémio Nobel da Literatura, 2008)


Le rythme n’est pas forcément dans la civilisation; le retour vers le monde n’est pas un retour au primitivisme; le monde que s’est crée l’homme est aussi la «nature»: les réfrigérateurs, les automobiles, les avions, les ponts et les autoroutes, les immeubles de béton ne sont pas des décors; ne sont pas des miroirs. Ils sont vivants, ils ont leur existence propre, ils donnent autant qu’ils reçoivent. Les fleuves, les forêts, les chaînes de montagnes ne valent pas plus qu’eux. Sur la terre, qui existe, les inventions des hommes n’ont plus besoin d’être inventées. Elles appartiennent au dessin de l’univers.


J. M. G. le CLÉZIO, França,
in “L’infiniment moyen”, 1967




O ritmo não está forçosamente na civilização; o regresso ao mundo não é um regresso ao primitivismo; o mundo que o homem criou também é a «natureza»: os frigoríficos, os automóveis, os aviões, as pontes e as auto-estradas, os prédios de betão não são cenários; não são espelhos. Estão vivos, têm a sua existência própria, dão tanto quanto recebem. Os rios, as florestas, as cordilheiras de montanhas não valem mais do que eles. Sobre a terra, que existe, as invenções dos homens já não têm de ser inventadas. Pertencem ao desenho do universo.

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