I am silver and exact. I have no preconceptions.
Whatever I see I swallow immediately
Just as it is, unmisted by love or dislike.
I am not cruel, only truthful,
The eye of a little god, four-cornered.
Most of the time I meditate on the opposite wall.
It is pink, with speckles. I have looked at it so long
I think it is a part of my heart. But it flickers.
Faces and darkness separate us over and over.
Now I am a lake. A woman bends over me,
Searching my reaches for what she really is.
Then she turns to those liars, the candles or the moon.
I see her back, and reflect it faithfully.
She rewards me with tears and an agitation of hands.
I am important to her. She comes and goes.
Each morning it is her face that replaces the darkness.
In me she has drowned a young girl, and in me an old woman
Rises toward her day after day, like a terrible fish.
SYLVIA PLATH, U.S.A., Mirror, 1961
Sou prata e exacta. Não tenho ideias feitas.
Tudo o que vejo engulo imediatamente
Tal como é, liberto de amor ou desagrado.
Não sou cruel, sou verdadeira,
O olho de um pequeno deus, rectangular.
Quase todo o tempo medito sobre a parede em frente.
É cor de rosa, com pintas. Olhei-a tanto tempo
Que a acho parte do meu coração. Mas pisca.
Rostos e escuridão separam-nos sem cessar.
Agora sou um lago. Uma mulher inclina-se sobre mim
Procura os meus limites para ver o que realmente é.
Depois volta-se para aquelas mentirosas, as velas e a lua.
Vejo-lhe as costas, e reflicto-as fielmente.
Ela retribui-me com lágrimas e a agitar as mãos.
Sou importante para ela. Vai e vem.
Todas as manhãs é o rosto dela que substitui a escuridão.
Em mim afogou uma rapariga, e em mim uma velha
Cresce para ela dia a dia, como um terrível peixe.
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