2011/01/13


Then the wireless would project the rounded opinions of the Any Questions? panel: glib MP's, worldly bishops, professional wise men like A. J. Ayer, and amateur, self-made sages. Mum would award them interjectory ticks - «Talks a lot of sense» - or crosses - anything from «Stupid fool!» up to «Ought to be shot.» On another day the wireless would disgorge The Critics, a band of suave aesthetic experts droning on about plays we would never see and books that never came into the house. My brother and I would listen with a kind of stunned boredom, which was not just of the present, but anticipatory: if such opinion-giving and -receiving was what adulthood contained, then it seemed not merely unattainable, but actively undesirable.

JULIAN BARNES, U.K.,
in Nothing to Be Frightened Of, 2008



A telefonia emitia as opiniões perfeitas dos convidados de Any Questions? ― deputados loquazes, bispos mundanos, profissionais sérios como A. J. Ayer e sábios amadores, autodidactas. A minha mãe outorgava-lhes vistos exclamativos e aprovadores ― «Faz todo o sentido» ― ou cruzes de reprovação ― de «Imbecil!» a «Devia ser abatido.» De outras vezes a telefonia debitava The Critics, um bando de críticos literários suaves, que falavam interminavelmente de peças que nunca veríamos e de livros que nunca entravam lá em casa. Eu e o meu irmão ouvíamos com uma espécie de tédio aturdido que, do presente, via já o futuro: se era neste dar e receber de opiniões que consistia a idade adulta, então ela parecia-nos não só inatingível como francamente indesejável.