2014/01/28



So they that are to Love enclin'd,
Sway'd by Chance, not choyce or art,
To the first that's faire or kind,
Make a present of their heart;
'Tis not she that first we love,
But whom dying we approve.
 
To Man that was i'th'Evening made,
Stars gave the first delight,
Admiring in the gloomy shade
Those little drops of light.

EDMUND WALLER, U.K.,
in An Apologie for Having Loved Before (c.1660)


Assim os que ao Amor se inclinam,
Levados por Acaso, não por escolha ou arte, `
À primeira que for bonita ou delicada,
Dão de prenda o coração;
Mas não é ela a que primeiro amamos,
Antes aquela que ao morrer abençoamos.

Ao Homem que ao Anoitecer foi feito,
Deram as estrelas o primeiro deleite,
De admirar na sombra obscura
Essas gotículas de luz.

2014/01/06


POÉSIE

De son amour noircir les murs,
C'est très difficile à la ville;
Souvent les murs étant de verre
Aux patineurs je porte envie

Mais me contente de mes vers;
Seuls les voleurs sont assez riches
Pour inscrire sur la vitrine
Le prénom de leur bien-aimée.

Que ton diamant, Poésie,
Une de ces vitrines raye,
Des bavardes boucles d'oreilles,
J'achète ou vole le silence,

Pour en orner de roses lobes.
Patineur, la glace est rompue
(En belle anglaise copiée,
Ma poésie, avec ses pieds).


RAYMOND RADIGUET, França,
in Les Joues en Feu, 1920



POESIA

Obscurecer as paredes com o seu amor
É muito difícil à cidade;
Sendo muitas vezes as paredes de vidro
É os patinadores que eu cobiço

Mas contento-me com os meus versos;
Só os ladrões são bastante ricos
Para gravarem na montra
O nome da bem-amada.

Que o teu diamante, Poesia,
Risque uma dessas montras,
Eu a brincos tagarelas
Ou compro ou roubo o silêncio,

Para com eles adornar lóbulos róseos.
Patinador, o gelo quebrou-se
(Qual bela inglesa plagiada,
A minha poesia, com os pés).